Data: 08/07/2020

Michelle Fernandez e Gabriella Lotta (FGV/SP)

Em novo texto, as profas. Michelle Fernandez e Gabriela Lotta (FGV/SP) analisam as consequências que o novo modelo de gastos na saúde hospitalar (UTI; hospitais de campanha) trará a gestão do SUS e o financiamento da saúde em 2021: no cenário pós-pandemia, haverá maior demanda do SUS, porém, menor capacidade de investimento na saúde, dado os limites impostos pelo teto de gastos. Um dos setores mais afetados será a Atenção Primária à Saúde (PAS), principal porta de entrada do SUS. “O modelo brasileiro de enfrentamento à pandemia está hipertrofiando a rede hospitalar, em um momento em que haverá maior restrição de gastos devido à EC 95. Isso quer dizer que certamente os custos para manter esse modelo no próximo ano serão maiores e os recursos financeiros serão praticamente os mesmos. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada do sistema para 80% da demanda por cuidados em saúde e responsável pelas políticas de promoção e prevenção, vai perder investimento, tornando-se mais fragilizada no momento que deveria ser fortalecida para atuar nas respostas aos problemas de saúde que irão se apresentar”.

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